Este artigo explora como a tecnologia de veículos autônomos vem remodelando operações de transporte e o setor de seguros, abordando oportunidades, desafios e perspectivas para o Brasil e o mundo.
Veículos autônomos são carros e caminhões que operam sem intervenção humana, equipados com sensores, câmeras e radares de última geração. Eles utilizam inteligência artificial e GPS para navegar e tomar decisões em tempo real, antecipando obstáculos e ajustando rotas de forma autônoma.
A classificação da SAE define seis níveis de automação, do Nível 0 (nenhuma automação) ao Nível 5 (autonomia total em qualquer condição). Essa escala orienta fabricantes e reguladores no desenvolvimento de normas e testes de segurança.
O mercado global de veículos autônomos deve alcançar US$ 41,10 bilhões em 2024, com projeção de crescimento a um CAGR de 22,75%, atingindo US$ 114,54 bilhões até 2029. No Brasil, universidades como USP (São Carlos) e UFES (Vitória) realizam testes, enquanto projetos de ônibus autônomos avançam em Recife.
No âmbito regulatório, o Projeto de Lei 1317/2023 propõe definir responsabilidades, exigir seguros obrigatórios e adaptar infraestrutura. Entretanto, o país enfrenta desafios como infraestrutura de vias inteligentes e conectividade 5G e a mudança cultural necessária para aceitar a condução automatizada.
A adoção de veículos autônomos promete revolucionar a cadeia de suprimentos, garantindo entregas mais rápidas e confiáveis. A roteirização em tempo real e o monitoramento contínuo criam um processo mais previsível e eficaz.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, veículos autônomos podem salvar até 1,19 milhão de vidas por ano, reduzindo acidentes causados por distração, fadiga e imprudência. No Brasil, o número de mortes no trânsito subiu de 32 mil em 2019 para 34 mil em 2022.
Essas tecnologias aumentam a previsibilidade no trânsito e diminuem neuroses de condutores, além de trazer sensores que antecipam colisões. O resultado é uma taxa de sinistros significativamente menor, com potencial de potencial para evitar milhões de mortes anualmente.
A transição para veículos autônomos envolve uma profunda transformação das apólices e da distribuição de responsabilidades. A figura do motorista perde centralidade, enquanto fabricantes e desenvolvedores de software ganham protagonismo.
A implantação dos veículos autônomos esbarra em obstáculos técnicos, sociais e regulatórios. A modernização de vias e a instalação de sensores urbanos são apenas o começo de um longo processo.
Grandes empresas como Waymo, Tesla e Toyota lideram pesquisas e testes de robô-táxis nos Estados Unidos. No Brasil, alianças entre montadoras e startups visam desenvolver soluções customizadas para transporte coletivo e logística de última milha.
Projetos de frotas autônomas de entregas já circulam em centros urbanos, sinalizando a chegada de um novo paradigma no e-commerce e na chamada economia sob demanda.
Especialistas apontam para a possível proibição da condução manual em áreas urbanas tecnologicamente avançadas. As seguradoras terão que criar produtos que cubram riscos inéditos, como ataques cibernéticos e falhas de software, conduzindo a uma personalização de apólices sob medida.
A integração de modais autônomos ao transporte público e à mobilidade urbana deve impulsionar o conceito de cidades inteligentes, conectando ônibus, caminhões e drones em uma rede unificada.
Mercado global estimado em US$ 41,10 bilhões em 2024 e US$ 114,54 bilhões em 2029 (CAGR de 22,75%). A previsão de redução de acidentes pode salvar até 1,19 milhão de vidas por ano. No Brasil, 34 mil pessoas perderam a vida no trânsito em 2022, reforçando a urgência na adoção de novas tecnologias.
Os veículos autônomos oferecem benefícios inegáveis para logística, segurança e inovação no setor de seguros. Ao mesmo tempo, impõem desafios regulatórios, técnicos e culturais. É essencial que governos, empresas e sociedade colaborem para criar um panorama regulatório, cultural e tecnológico que prepare o país para essa revolução, aproveitando oportunidades e mitigando riscos emergentes.
Referências