O cenário financeiro global passa por uma evolução acelerada, impulsionada por novas demandas regulatórias e avanços tecnológicos. Nesse contexto, a RegTech emerge como um poderoso catalisador de transformação, oferecendo soluções inovadoras para compliance e supervisão.
RegTech (Regulatory Technology ou Tecnologia Regulatória) refere-se ao uso de tecnologias inovadoras como inteligência artificial para simplificar, automatizar e otimizar o cumprimento de normas e requisitos no setor financeiro. Originado após a crise de 2008, esse movimento foi motivado pela necessidade de lidar com um volume crescente de regras complexas e interdependentes.
Com apoio de machine learning, big data, blockchain e analytics, as plataformas RegTech permitem às instituições financeiras e reguladores atuar de forma mais ágil e eficaz, reduzindo riscos e custos operacionais, ao mesmo tempo em que melhoram a qualidade das informações entregues às autoridades.
O mercado global de RegTech apresentou crescimento expressivo nas últimas décadas. Em 2022, os investimentos alcançaram US$ 18 bilhões e a previsão indica um CAGR de 20,3% até 2027. Projeções para 2032 estimam um salto para US$ 85,92 bilhões, impulsionado pela busca constante por redução de custos operacionais e de compliance e pela evolução dos riscos financeiros.
No Brasil, o setor movimentou R$ 12,82 milhões em 2023 e mostra potencial para liderar o segmento global até 2032, graças à maturidade do ecossistema financeiro nacional e a iniciativas regulatórias pioneiras como o Pix e o Open Finance.
As instituições financeiras e reguladores são impulsionados a incorporar soluções RegTech por diversos fatores:
As plataformas RegTech vêm sendo aplicadas em diversas frentes cruciais:
Os ganhos já podem ser observados em instituições que adotaram RegTech:
Esses resultados reforçam a importância de um modelo de compliance e supervisão financeira mais eficientes, que alie inovação e segurança.
Apesar das vantagens, a adoção de RegTech traz desafios significativos:
No Brasil, o Banco Central desempenha papel de destaque, regulando fintechs e promovendo hubs de inovação como o LAB Inovação Financeira. A ANBIMA, por sua vez, aplica SupTech para ampliar suas capacidades de supervisão.
Recomendações para fortalecer o ecossistema nacional incluem incentivo a soluções locais, dinamização de sandbox regulatórios e investimentos em capacitação técnica de desenvolvedores e analistas.
Dentre as perspectivas, destacam-se:
Regulation as a Service (RaaS): oferta de compliance e gestão regulatória como serviço digital, acelerando a adoção tecnológica sem comprometer segurança.
SupTech avançado, com uso de inteligência artificial e análise preditiva pelo próprio regulador, ampliando a transparência e a eficiência na supervisão.
Foco crescente em interoperabilidade, novas normas globais de privacidade de dados e modelos inovadores de identidade digital, todos essenciais para um cenário financeiro mais seguro e inclusivo.
O desenvolvimento do setor RegTech é vital para assegurar estabilidade, competitividade e modernidade ao sistema financeiro, especialmente em um ambiente de transformações digitais contínuas. A colaboração entre órgãos públicos, setor privado e startups fortalece a inovação regulatória e posiciona o Brasil entre os protagonistas globais dessa revolução.
Referências