Vivemos uma revolução silenciosa no modo de pagar e ser pago. Enquanto muitos nem percebem, a cada instante o Brasil processa milhões de transações sem contato.
Os pagamentos por aproximação já representam quase 70% dos pagamentos presenciais com cartões no primeiro trimestre de 2025. Em apenas três meses, foram movimentados R$ 423 bilhões em transações, um aumento de 38,6% no volume financeiro.
Para entender essa ascensão, veja abaixo a rápida evolução histórica dessas operações:
Hoje, 3 milhões de pagamentos por aproximação acontecem a cada hora, comprovando que esta tecnologia se tornou parte do cotidiano brasileiro.
Pesquisa recente mostra que 71% dos brasileiros já usam pagamentos por aproximação e 60% fazem isso sempre ou quase sempre. Os principais motivadores são comodidade e rapidez na hora de pagar, apontados por 88% dos usuários.
Além da preferência pelo cartão, o tíquete médio também sobe: no crédito é de R$ 101,11 (+12% ao ano), no débito R$ 48,57 (+5,9%) e no pré-pago R$ 37,17 (+4,1%).
A base de tudo está em tecnologias como NFC (Near Field Communication), biometria e tokenização, que oferecem altos padrões de segurança em cada transação. A tokenização, por exemplo, substitui o número do cartão por códigos temporários, reduzindo riscos de fraude.
O Banco Central do Brasil tem estimulado a inovação com regulamentações que favorecem o Pix por aproximação e o futuro lançamento do Drex (real digital). A integração com o Open Finance e APIs abertas promete interoperabilidade e personalização de serviços nunca antes vistas.
Outra fronteira é o chamado pagamento invisível: no modelo “Tap on phone”, o próprio smartphone pode atuar como dispositivo leitor, dispensando máquinas externas e tornando a compra ainda mais imediata.
O e-commerce brasileiro deve chegar a US$ 418,8 bilhões em transações em 2025, com crescimento médio anual de 21% até 2027. No primeiro trimestre de 2025, as compras não presenciais com cartões somaram R$ 261,8 bilhões, alta de 16,2% sobre 2024.
Nos pontos físicos, varejistas investem em terminais atualizados para suportar NFC e Pix por aproximação, acelerando filas e melhorando a experiência de compra. O impacto é visível em setores como alimentação, transporte e serviços, que registram maior rotatividade de clientes.
Além de conveniência, os pagamentos sem contato têm efeito significativo na inclusão financeira. Com 82% das transações bancárias feitas por meios digitais, o celular tornou-se um canal de acesso universal.
Quem não tem conta tradicional pode utilizar carteiras digitais pré-pagas, aproveitando benefícios e evitando burocracia. A projeção de investimento em tecnologia bancária é de R$ 48 bilhões em 2025, reforçando o compromisso com inovação contínua e democratização de serviços.
Regiões como o Nordeste lideram o crescimento do uso de cartões, com alta de 16,8% em 2025, mostrando que o avanço não se limita aos grandes centros.
Apesar do sucesso, há obstáculos a vencer: educação de consumidores menos digitalizados, infraestrutura em pequenos estabelecimentos e a escalada de fraudes sofisticadas exigem atenção constante.
A chegada do real digital (Drex), a expansão do Pix por aproximação e os pagamentos invisíveis sinalizam um futuro em que as transações serão cada vez mais transparentes ao consumidor e integradas ao cotidiano.
Em poucos anos, a forma de pagar evoluiu de um simples ato mecânico para um processo quase imperceptível, mas repleto de tecnologia e potencial transformador. O Brasil se destaca como um dos mercados mais inovadores do mundo, pronto para os próximos saltos na jornada digital.
Referências