No atual contexto global, mercados antes marginalizados despontam como polos promissores de crescimento e inovação. Apesar dos desafios geopolíticos e das oscilações econômicas, esses territórios oferecem valiosos ganhos de competitividade para empresas dispostas a investir em conhecimento, adaptabilidade e redes robustas de parceria.
Os chamados mercados de fronteira são those nações em transição, fora dos grandes centros comerciais convencionais, englobando regiões da África Subsaariana, Sudeste Asiático, América Latina e partes do Oriente Médio. Embora menos explorados, esses mercados registram acelerado desenvolvimento demográfico e digital.
Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), o comércio global deve crescer 3,0% em 2025, mesmo com revisões provocadas por conflitos regionais e tensões políticas. Enquanto as exportações de mercadorias mal avançaram (apenas +0,1% no primeiro semestre de 2024), o setor de serviços cresceu 8%, destacando a importância das cadeias digitais.
A tecnologia e a sustentabilidade impõem novas regras do jogo, gerando vantagens significativas para quem se antecipa às demandas.
No Brasil e na América Latina, iniciativas governamentais e privadas mapearam 108 mercados em 72 países, buscando substitutos ao mercado norte-americano em resposta a tarifas e sanções. O agronegócio, a mineração, a manufatura leve e a bioeconomia figuram entre os setores com maior potencial.
Em termos de inovação, a bioeconomia promove produtos de alto valor agregado, como insumos farmacêuticos naturais e bioplásticos. Já o agronegócio tecnológico investe em sensores IoT e agricultura de precisão, elevando produtividade e reduzindo desperdícios.
O comércio com a Ásia, liderado por China e Índia, continua em expansão: o Brasil participa de feiras internacionais na Alemanha e na China, estreitando laços. Ao mesmo tempo, estados como Pará e Rondônia atraíram US$ 277,6 milhões em investimento estrangeiro direto (IED) entre 2019 e 2024, sobretudo nos segmentos de tecnologia e economia digital.
Apesar das perspectivas promissoras, é vital antecipar e mitigar riscos que podem comprometer investimentos e operações.
Além disso, acordos comerciais ainda pendentes, como a ratificação do Mercosul-União Europeia, podem alterar substancialmente tarifas e barreiras não-tarifárias, exigindo acompanhamento constante.
Transformar potencial em resultados requer planejamento integrado, tecnologia e redes de colaboração internacional.
O panorama que se desenha exige ousadia e visão de longo prazo. Mercados de fronteira se afirmam como palcos de inovação e crescimento sustentável, onde países em ascensão buscam soluções criativas para desafios comuns.
Ao abraçar o esforço colaborativo entre diferentes mercados, empresas podem construir cadeias mais resilientes e redesenhar cadeias de suprimentos resilientes, reduzindo custos e fortalecendo a posição competitiva.
Em um mundo em que fronteiras econômicas se transformam em pontes de oportunidades, a chave está em aliar tecnologia, sustentabilidade e uma perspectiva global. A jornada pode ser complexa, mas os resultados alcançados – em termos de inovação, lucratividade e impacto social – prometem redefinir o modo como enxergamos o comércio internacional.
Portanto, para quem busca o próximo grande salto, olhar para além do óbvio é mais do que uma estratégia: é uma filosofia de sucesso.
Referências