O Open Banking surge como uma verdadeira revolução financeira pessoal em escala global, concedendo aos consumidores autonomia e controle sobre seus dados bancários. Embora ainda seja um conceito recente para muitos, essa infraestrutura regulada promete transformar a forma como lidamos com instituições financeiras, agregadoras e fintechs.
Com base em normas da LGPD e diretrizes do Banco Central, o sistema assegura privacidade e segurança, estabelecendo um modelo no qual o usuário detém total poder de decisão sobre o compartilhamento de suas informações.
Open Banking não é um aplicativo específico, mas sim uma arquitetura de TI que padroniza a comunicação entre instituições. Seu principal objetivo é criar uma infraestrutura regulada para viabilizar a portabilidade e integração de produtos e serviços financeiros.
Por meio desse modelo, bancos, fintechs e outras organizações podem trocar dados de clientes, mediante consentimento expresso em cada operação, fomentando concorrência e inovação em benefício do consumidor.
O Open Banking nasceu para promover aumento da concorrência e eficiência do sistema financeiro. Países pioneiros, como Reino Unido (2018), Austrália e Índia, já enxergaram ganhos significativos em termos de personalização de ofertas e redução de custos operacionais.
Cada nação ajusta seu modelo conforme legislação local e grau de maturidade do setor, seja compartilhando apenas dados cadastrais ou estendendo o escopo para históricos transacionais e serviços de investimentos.
Desde 2021, a implementação no Brasil ocorre em fases programadas pelo Banco Central. Apenas instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central podem participar, garantindo segurança e confiabilidade.
O compartilhamento de informações é dividido em três categorias principais:
Cada consentimento é ativo e revogável, com prazo máximo de 12 meses, e utiliza APIs padronizadas e criptografia para transferência segura de dados.
O ecossistema já reúne mais de 800 instituições participantes em 2025, conectando entre 65 e 70 milhões de contas, o que equivale a cerca de 40 milhões de pessoas físicas. Estima-se mais de 110 milhões de consentimentos ativos e um volume de chamadas de API que ultrapassa 3,5 bilhões por semana.
Em termos de movimentação financeira, R$ 31 bilhões em crédito foram originados via Open Finance em 2025, sendo R$ 12 bilhões apenas no primeiro semestre. Fintechs contribuíram com R$ 5,4 bilhões, e a portabilidade de crédito e salário já registra dezenas de milhares de operações.
Além disso, o usuário desfruta de visualização consolidada de múltiplas contas e investimentos, recebendo alertas sobre limites, vencimentos e oportunidades personalizadas.
O Open Banking brasileiro é regido pela LGPD e fiscalizado pelo Banco Central. O compartilhamento de dados ocorre somente mediante consentimento ativo, e o cliente pode exercer direito de revogação do compartilhamento a qualquer momento.
A criptografia avançada e certificados digitais garantem a integridade das informações em trânsito, enquanto auditorias regulares monitoram a conformidade das instituições participantes.
Apesar dos avanços, há obstáculos a serem superados. A adesão de novas empresas ao sistema ainda é desigual, e a jornada de usuário pode ser aprimorada para reduzir etapas de consentimento.
Outro desafio importante é a educação financeira e digital da população, que deve compreender de forma clara como funcionam os benefícios reais do Open Banking para adotar essas ferramentas com confiança.
O modelo de Open Banking tem impulsionado a criação de novas fintechs e soluções, explorando big data e inteligência artificial para análise de perfil de crédito e oferta de produtos sob medida.
As instituições que adotam esse modelo relatam redução de custos operacionais e aumento de eficiência, enquanto o consumidor passa a contar com novas fintechs e soluções inovadoras no mercado, ampliando seu leque de escolhas.
Para os próximos anos, espera-se a adoção de IA generativa e automação financeira inteligente, facilitando comparação e contratação de produtos em tempo real. A portabilidade automatizada de créditos, investimentos e salários deve se tornar padrão, ampliando ainda mais a liberdade do usuário.
Além disso, haverá expansão de parcerias com setores além do bancário, criando um ecossistema integrado de serviços financeiros e de consumo, no qual a experiência fluida e o controle total do consumidor serão imperativos.
Referências