À medida que a Geração Z assume o protagonismo econômico, novas abordagens para a gestão do dinheiro ganham força. Jovens entre 18 e 25 anos buscam equilíbrio entre imediatismo e planejamento, criando rotas inovadoras para conquistar estabilidade em um mundo cada vez mais digital.
A Geração Z é formada por jovens nascidos entre 1995 e 2010, que cresceram acompanhando avanços tecnológicos rápidos. Eles são verdadeiros foram criados em um mundo conectado, com acesso constante a informações e serviços online.
Em um cenário de instabilidade econômica global, 57% consideram a estabilidade financeira uma prioridade absoluta. Essa busca é impulsionada pelo receio de ciclos econômicos instáveis e pela necessidade de construir bases sólidas para o futuro.
Cerca de 55% dos jovens já assumem responsabilidade pelos próprios gastos mensais, enquanto 39% colaboram com as despesas de casa. Mesmo assim, 47% não controlam suas finanças pessoais, citando falta de hábito, preguiça ou desconhecimento das ferramentas disponíveis.
Entre quem realiza o controle de receitas e despesas, 26% ainda utilizam métodos tradicionais, como anotações em papel. Este cenário revela uma transição tecnológica incompleta, apesar do amplo acesso a dispositivos digitais.
Os objetivos financeiros da Geração Z refletem sonhos concretos e segurança imediata. A vontade de adquirir casa ou carro lidera com 51%, seguida do pagamento de contas básicas (34%) e investimento (33%).
Apesar de 52% afirmarem ter reserva financeira, a maioria prefere caminhos conservadores: 53% na poupança, 25% guardam dinheiro em casa e 20% mantêm em conta corrente.
A Geração Z demonstra busca por renda passiva e diversificação, mas muitos ainda recorrem à poupança e produtos de baixo rendimento. A familiaridade com apps de investimentos cresce, mas o hábito de alocar fundos em corretoras ou plataformas avançadas ainda está em desenvolvimento.
No primeiro semestre de 2025, houve aumento de 49% nas renegociações de dívidas entre jovens de 18 a 25 anos na Serasa Limpa Nome. Mesmo diante do endividamento, são os menos inadimplentes em comparação a outras faixas etárias.
O uso intensivo de bancos digitais, fintechs e aplicativos especializados assume papel central na vida da Geração Z. Plataformas que reúnem controle de gastos, investimentos e metas financeiras são cada vez mais populares.
Apenas 11% mantêm vínculo exclusivo com um único banco, reforçando a busca por transparência de taxas e experiências fluidas.
O universo digital traz conveniência e rapidez, mas também riscos de gastos impulsivos. Cartões virtuais e carteiras digitais podem distorcer a percepção de valor, gerando consumo além do planejado.
A ausência de educação financeira estruturada faz com que muitos busquem informações apenas quando se deparam com problemas. A formação de hábitos saudáveis é essencial para aproveitar todo o potencial das ferramentas disponíveis.
A Geração Z ingressa no mercado de trabalho buscando propósito, mas sem abrir mão da remuneração. O conceito de polywork está em ascensão entre jovens, com 60% desempenhando duas ou mais atividades profissionais.
Entre as motivações para renda extra, 31% buscam maior segurança financeira, 26% querem complementar ganhos e 25% visam realizar sonhos pessoais. Essa dinâmica reforça a autonomia, o empreendedorismo e a capacidade de negociação salarial.
O trabalho informal, bicos e freelancing são tendências consolidadas, impulsionadas pela flexibilidade e pela facilidade de acesso a plataformas digitais de oferta de serviços.
O poder de compra estimado da Geração Z deverá alcançar US$ 12,6 trilhões em 2030, contra US$ 2,7 trilhões em 2024. No Brasil, a multiplicidade bancária e as soluções digitais atraem o jovem que busca conveniência e benefícios alinhados a seus valores.
Enquanto o mercado financeiro se adapta às demandas dessa geração, surge a oportunidade de criar produtos e serviços que promovam inclusão, sustentabilidade e desenvolvimento de competências financeiras, preparando-os para os desafios de um futuro incerto.
Em um mundo de mudanças rápidas, a Geração Z prova que inovação e disciplina financeira podem caminhar juntas, mostrando que a combinação de tecnologia e educação é a chave para uma gestão de dinheiro mais consciente.
Referências