No cenário global e brasileiro, a transformação digital já deixou de ser tendência para se tornar uma necessidade estratégica imperativa. Com 98% das grandes e médias empresas brasileiras sem soluções de automação financeira, segundo a pesquisa LeverPro 2024, o setor enfrenta um ponto de inflexão.
A automação financeira deixou de ser diferencial competitivo para se firmar como alicerce de confiabilidade e agilidade nas decisões corporativas. No Brasil, a adoção ainda é incipiente, mas o movimento global acelera: bancos e fintechs lideram essa corrida.
Mais de 80% dos bancos utilizam IA generativa em algum grau – 30% já em produção em escala e 65% em fase de piloto. As fintechs, por sua vez, reportam aumento significativo de lucratividade (74%) e 75% de redução de custos operacionais.
Dados recentes mostram que empresas com automação reduzem até 25% dos custos operacionais e ganham mais de 30% em precisão de relatórios. Escritórios contábeis aumentam em até 75% a velocidade de tarefas rotineiras e cortam até 70% do tempo em processos financeiros.
As frentes mais beneficiadas pela automação digital ilustram a magnitude do potencial de melhoria:
O avanço da automação financeira baseia-se em um ecossistema tecnológico integrado. ERPs modernos centralizam dados, enquanto RPA (Robotic Process Automation) assume tarefas repetitivas e liberam profissionais para atividades de maior valor agregado.
Paralelamente, a IA generativa e modelos de machine learning permitem personalização massiva de serviços, com chatbots financeiros e análise preditiva que elevam a experiência do cliente.
Open Finance amplia a conectividade entre instituições e clientes, e a nuvem oferece escalabilidade e segurança alinhadas à LGPD. A automação em relatórios ESG traz ainda mais transparência e credibilidade ao setor.
Ao adotar automação, empresas conquistam benefícios que vão além da eficiência operacional:
A resistência cultural e a tradição de processos manuais ainda freiam a adoção, especialmente em empresas tradicionais. O investimento inicial pode ser elevado, sobretudo para médias e pequenas empresas, embora o retorno seja evidente a médio prazo.
A capacitação de profissionais especializados em RPA, IA e segurança de dados é outro ponto crítico. A carência de mão de obra qualificada e a dependência de infraestrutura tecnológica atualizada são barreiras que demandam planejamento e governança.
Além disso, a legislação de proteção de dados (LGPD) impõe requisitos rigorosos de compliance e segurança, elevando a complexidade da gestão de informações financeiras sensíveis.
O futuro aponta para uma integração ainda maior entre tecnologias, com finanças autônomas capazes de se autoajustar a cenários econômicos mutáveis e regulamentações. Modelos de BaaS (Banking as a Service) e CaaS (Credit as a Service) devem se multiplicar, democratizando o acesso a serviços financeiros customizados.
A expectativa é de que o mercado brasileiro de automação alcance US$ 5,62 bilhões até 2028, movido por um crescimento anual de 21%. Fintechs continuarão a atrair investimentos, focando em soluções modulares e escaláveis.
Automação financeira não é apenas tecnologia, mas um motor de transformação cultural e de modelos de negócio. Superar obstáculos exige visão corporativa, investimentos em pessoas e processos bem estruturados.
Para quem encara essa jornada, as recompensas são significativas: operações mais seguras, decisões baseadas em dados precisos e um posicionamento competitivo robusto. O momento de agir é agora, para construir um setor financeiro mais ágil, resiliente e inovador.
Referências