Em um mundo cada vez mais instável, entender e antecipar choques globais é essencial tanto para organizações quanto para governos. Este artigo oferece uma visão completa e ferramentas práticas para resiliência em meio a crises.
Em 2025, o índice de risco político e social recorde alcançou 41,1%, segundo a Coface. A ausência de liderança global e o modelo “G-zero” criam vácuos de poder, elevando a probabilidade de conflitos e incertezas econômicas.
Em meio a esse cenário, profissionais de todas as áreas precisam compreender os fundamentos de cenarização e desenvolver planos de contingência robustos.
Os choques podem se manifestar de diferentes formas, afetando simultaneamente várias dimensões do sistema internacional.
As projeções para 2025 indicam um crescimento mundial de 2,6%, com desa linho entre regiões. Enquanto a Índia cresce 7,6% no primeiro semestre, economias avançadas enfrentam aumento de 4% nas insolvências empresariais.
O Golfo, por sua vez, avança na diversificação não petrolífera, com quase 70% do PIB vinculado a setores emergentes e investimento direto recorde nos Emirados Árabes Unidos (US$ 46 bilhões em 2024).
Perspectivas regionais adicionais incluem Polônia (+3,4%) e África (+4,1%), mostrando a relevância de análises segmentadas.
A multipolaridade intensifica a fragmentação regulatória e comercial. Fóruns tradicionais como G7 e G20 perdem força, enquanto o modelo “G-zero” prevalece, criando cenários de rivalidade e isolamento nacional.
Competição tecnológica em IA, mudanças nas cadeias de suprimentos e desafios de reconversão profissional pressionam empregadores e governos a repensar políticas de trabalho.
Os relatórios do IPCC apresentam dois caminhos críticos: SSP3-7.0, com baixo cooperação e grandes desafios de mitigação; e SSP5-8.5, marcado por altas emissões e aquecimento acima de 3°C até 2100.
O impacto inclui intensificação de secas, enchentes e ameaças à segurança alimentar, exigindo planos de adaptação robustos em infraestrutura e agricultura.
O relatório anual do WEF lista os top 5 riscos para 2025, refletindo as preocupações imediatas dos líderes globais:
Além disso, riscos de médio/longo prazo incluem falhas na cooperação internacional e erosão de instituições.
A guerra Rússia-Ucrânia expôs fragilidades nos custos de energia e insumos agrícolas. No Oriente Médio, o conflito Israel-Hamas/Gaza e a instabilidade no Líbano geraram ondas migratórias e perturbaram cadeias comerciais.
Na Califórnia, os incêndios de 2025 já contabilizam prejuízos bilionários e enfatizam a urgência de estratégias climáticas.
Economias latino-americanas dependem fortemente de commodities, tornando-se vulneráveis a flutuações globais. A instabilidade política interna acelera esse risco, enquanto a digitalização e diversificação nas cadeias produtivas ainda são tímidas.
Fortalecer a resiliência financeira e cambial requer políticas pró-ativas e parcerias estratégicas para reduzir a exposição.
Para navegar em um ambiente de alta volatilidade, organizações e governos devem atuar de forma proativa.
Implementar essas práticas fortalece a capacidade de reação a choques e promove tomada de decisão ágil e fundamentada.
Em um mundo marcado pela incerteza, o domínio da análise de cenários e a aplicação de estratégias sólidas são diferenciais competitivos e segurança para nações e empresas. Preparar-se para choques globais em 2025 é, acima de tudo, um compromisso com a sustentabilidade e a paz econômica.
Referências